dezembro 03, 2009

As doze edições da Turma da Mônica Jovem - parte01

Aviso: Spoilers brabos da trama.

Há pouco mais de um ano os quadrinhos nacionais tiveram uma significativa adição nas bancas com o lançamento da Turma da Mônica Jovem. Foi um alvoroço entre os fãs dos personagens infantis de Maurício de Sousa agora retratados como adolescentes.
No meu caso, como disse antes, foi um misto de apreensão e curiosidade, pois não sabia o que pensar daquilo já que faço um fanfiction há mais de dez anos de uma Turma da Mônica adolescente, mas beeem diferente desta.
Mais de doze meses se passaram e como estão estas histórias hoje? Como é a nova caracterização da turma adolescente? No que acertou e no que errou? É o que veremos edição por edição nesta resenha.


Antes de começarmos com TMJ nº 1, houve uma espécie de preview que foi distribuído de graça em eventos e edições específicas da TM. Nela contém uma história de apenas seis paginas chamada “EU CRESCI”, onde a Mônica fala sobre sua passagem para adolescência e a de seus amigos. As mudanças foram até plausíveis, em minha opinião. A Mônica continua a mesma, apenas espichou um pouco. Cebola fala errado de vez em quando, com mais cabelo e cheio de idéias (aham!), o Cascão toma banho, contrariado, mas toma. É o tipo bagunceiro, já a Magali continua comendo, mas sempre se preocupa com a qualidade de sua alimentação (politicamente correto DETECT!). Os desenhos estavam bem legais e a história era uma simples apresentação do que viria a seguir.

Turma da Mônica Jovem nº1


Eu sei que já comentei sobre esta edição, só que dei uma relida na mesma. Notei que os desenhos estão pouco diferentes que o preview sendo mais “mangalizados”. Na primeira parte da trama, somos apresentados a Mônica e seus amigos de maneira beeeem didática e redundante coisa que já foi mostrada com muita abrangência no preview o que tornou a meu ver cansativo e desnecessário. Seguimos com algumas tiradas cômicas boas, como o fato do Cascão após sair do banheiro lambusar a mão do pai com gel, pensando que fosse outra coisa. Uma situação inusitada, importante para o que viria a seguir, foi relacionada há um livro que a Mônica mostra a sua mãe e ela tem aqueles “piripaques” tipo do Rambo se lembrando do Vietnam, o livro fala sobre uma tal de Rainha Yuka. Cara, o logo do livro é um bocado moderninho para ser sobre uma lenda antiga, heim? Bem, fora os pais, a Maria Cebolinha, e a Marina, não apareceu nenhum outro personagem... Até ai é claro! E não podíamos terminar sem a clássica piadinha dos... Hããã... “Peitinhos” com o Cebola e a Mônica.

Na segunda parte, após a introdução de Maurício de Sousa, conhecemos o Museu (?!) do bairro do Limoeiro em página dupla e somos apresentados a versão adolescente do Franjinha, bem apessoado(?), nada mal para um jovem cientista. Ele é assistente do professor Falconni (uma nítida referencia ao traço de Osamu Tezuka.) que cuida de vários artefatos místicos. E então, eis que surge o Céuboy! (QUEM?!) É a versão adolescente do Anjinho que trabalha também para o professor em busca destes artefatos.
Enquanto isso, Mônica e os outros estão na escola tendo como o professor o Louco (!).
De volta ao museu, sabemos um pouco mais sobre a Pedra Lunar que aprisiona a poderosa Rainha Yuka e sobre os quatro guerreiros misteriosos que a derrotaram. Então do nada (do nada mesmo!) surge o criminoso POEIRA NEGRA! (CUMÉQUIÉ?!) Uma versão adolesc... Quer dizer, mangá, creio eu, do Capitão Feio. Nesta questão achei muito esquisito, pois não ha quase nada no visual que lembre o personagem original.
Ele usa suas magias orientais, principalmente usando “Ofuda” e se livra do “Céuboy” (Tá achando o nome esquisito? Eu também!) e contém o Franja (aham!) e o professor Falconni. Em seguida ele usa os artefatos guardados no museu e liberta Yuka da pedra. Franja aproveita e usa o celular para chamar (a policia? Não! O exército? Nããão! A Liga da Justiça? Ahahaha... Não!). Mônica e os seus amigos (e eles chamam a polícia, o exército ou o Chapolin colorado? Bah! Quem precisa deles?) que vão ao socorro do amigo e se deparam com Yuka.
Na terceira parte, nossos amigos se vêem na enrascada que se meteram e tentam ai sim chamar a polícia sem sucesso. E são pegos pela Rainha que agora assume a situação e vemos que o Poeira Negra vira seu capacho daí por diante. Então quando a situação parece perdida, a trama toma um rumo bem esquisito quando aparecem as mães de Mônica e Magali e os pais de Cebola e Cascão com espadas samurais (?!).
Lembram-se dos quatro guerreiros que falei? Pois é! SÃO ELES! (ou encarnações deles) Serviram a um imperador japonês que os incumbiu de derrotar Yuka. Com a ajuda dos quatro espíritos guerreiros eles aguardaram o momento em que a vilã se libertasse.
E ai a porradaria come, né? Mas nem fedendo! Segundo a Lei Cósmica dos Quatro Pilares, a Rainha tem o direito de defender o seu lugar na Terra e terá que disputar com os quatro herdeiros dos guerreiros, sobrando para a Mônica e sua “galera” se meterem em altas confusões para recuperar os artefatos místicos nas quatro dimensões mágicas. Cada dimensão é um arquétipo de histórias típicas de mangá. Depois de quinze páginas de enrolação, termina a primeira edição.
Na minha concepção a história é interessante, mas não deixa de ser forçada em muitos pontos, tanto no caso dos samurais e a tal Lei cósmica. Se esta primeira edição se concentrasse somente nos personagens indo à escola em paralelo a história da Rainha e os samurais e daí sim seria algo mais cativante, a história ficou um pouco esquisita, mas é só o começo.


Turma da Mônica Jovem nº2


Então, Mônica, Cebola, Cascão e Magali vão parar na dimensão de MAVIDELE onde cada um recebe um título: Coração, Força, agilidade e coragem (cadê o Capitão Planeta?!) respectivamente. Este mundo lembra histórias medievais do tipo “Record of Lodoss War” e cada um vira um arquétipo de personagens do gênero. Mônica vira uma Elfa arqueira, Cebola é um guerreiro paladino, Cascão se torna Ladino (uma espécie de ladrão) e a Magali se torna uma... Maga! (entendeu? Maga... Magali... Eheheheheh). A missão deles é encontrar o cubo fantástico e o primeiro lugar onde vão parar é numa estalagem (quem joga RPG deve ter gostado dessa!) e se deparam com situações engraçadinhas com gêmeas e a boca grande do Cascão. Eles têm que procurar cinco chaves que abre um baú que esta na terra do feiticeiro Arkanum.
Em resumo, eles enfrentam Porcos, fadas, duendes, gigantes de pedra, anões, etc. Apesar de corrido esta seqüência de fatos foi muito hilária a meu ver, dando uma levantada na trama (com referencia de “Caverna do Dragão” incluída).
Finalmente os jovens heróis chegam ao reino do mago Arkanum (que segundo Yuka era seu ex-namorado) e encontram o Poeira Negra, insistentemente é chamado de Capitão Feio pelos garotos. Eles caem numa armadilha preparada pelo vilão e enfrentam um exército de esqueletos.
Na seqüência eles encontram o baú guardado por um dragão falante que rapta a Mônica, então Cebola, com ajuda de Magali, vai ao encalço do monstro que com interferência da vilã solta a garota que é salva por Cebola, enquanto isso Cascão descobre que nenhuma das chaves abre o baú até a dupla cair e quebrá-las. Na verdade as chaves quebradas formavam outra chave que então abre o baú. O dragão que protegia o baú se transforma em Arkanum, o feiticeiro do bem que estava sob o domínio de Yuka, por não corresponder ao seu amor.
Com o Cubo Cósm... Quero dizer... Fantástico! Nossos espinhentos heróis partem para a próxima dimensão.

Olha, esta edição me tira toda a má impressão da primeira de longe. É movimentada e cômica. As meiguísses entre a Mônica e o Cebola não me incomodaram. A história satiriza muito bem o conceito do RPG e as aventuras de espada e magia. Como o caso do Cascão dizendo que odeia RPG e páginas depois explicar o que é um “ladino” como um verdadeiro RPGistsa e o + 4 de cura que o Cebola recebe. Noto como o nome “Poeira Negra” não pegou até mesmo pros roteiristas, a própria Yuka chama o Poeira de “Feiozinho”, aliás, ela por si só esta mais cômica, até defendo isso porque não tem motivo numa trama dessas ter um vilão sombrio demais. A leitura foi bem mais agradável, parecia uma história a parte da primeira. No entanto ainda há diálogos de auto-afirmação da adolescência, mas foram muito poucos e não prejudicaram a história. A arte estava muito boa. Só uma corrigida nas proporções de personagens em especial na Yuka.



Turma da Mônica Jovem nº3


Neste número nossos amiguinhos percorrem por duas dimensões. A primeira é TOBOR (outro anagrama, dessa vez, mais fajuto... Eheheheheheh...) a dimensão tecnológica, logicamente referência a series de animes do tipo Evangelion ou Capitão Harlock. A missão é pegar a Jóia Genial (gostei desse nome!)
Somos apresentados ao Robóris que os leva ao Cybermaster, neste momento de pausa, temos novas situações de auto-afirmação da adolescência e momentos constrangedores entre Cebola e a Mônica (Pô! Assumem esse relacionamento de uma vez!!). Nota hilária vai para Yuka e o Capitão Feio (auto-proclamado Poeira Negra) que foi transformado em ursinho pela vilã e gostou, pois isso aumentou sua popularidade no Orkut.
Enquanto isso, Franja (aham!) arranja um jeito de fazer o seu celular funcionar e pedir ajuda (Agora sim!! Vai chamar o exército!! Não!Os Vingadores ou algum herói da Marvel! Quem sabe o John Constantine, pra mandar essa Bruxa direto pro inferno! Ta! Serve até o Spawn, poxa!!!) para Marina (Nããããoooo!!!). Esta cena serviu apenas para mostrar a versão adolescente da Cascuda e da barraqueira da Denise.
De volta a Tobor, conhecemos o “Cybermaster” na verdade a versão adolescente do Bloguinho (personagem recente dos gibis da TM chamado apenas Blog agora) que fala que a jóia foi dividida em quatro partes e tem que encontrar os pedaços blablablablabla... É isso.
Nossos amigos se dividem em distintas funções, Magali pega uma nave de combate e vai enfrentar a Cabeleira Negra (Personagem do longa animado Aventura no Tempo.), Cascão vai invadir o castelo dos Tombanianos seres alienígenas que aparecem de vez em quando nas histórias da turma, Já o Cebola cata uma armadura para se pegar no tapa com o Megaspan e Mônica ganha um mecha robô coelho para enfrentar o poderoso Kraker.
Achei que dessa vez a ação foi muito mais corrida que a da edição anterior, na minha opinião o excesso de missões só para mostrar as referencias de Animes e a questão da numeração de páginas atrapalhou um pouco a intenção de quem escreveu este capítulo.
A parte mais interessante é a da Magali onde se encontra com o Astronauta com um traje estilizado e com um ar mais sério (em alguns momentos chega a lembrar o Buzz lightyear do Toy Story) que a ajuda a derrotar a Cabeleira Negra.
Enquanto isso Yuka se distrai... Jogando VIDEO GAME!!! E perde toda a confusão. Furiosa manda o que-ainda-insiste-em-se-chamar-Poeira-Negra para dar um jeito.
Kraker se mostra muito poderoso e a única coisa que pode detê-lo é a Jóia Genial, mas para funcionar tem que digitar um código (ainda mais essa!). Então aparece um dos espíritos guerreiros (sempre me esqueço deles...) chamado Zephyrus que lhes manda um enigma, lembrando as regras raladas que eles só podem ajudar os garotos dessa forma, sumindo em seguida. Cebola mata a charada e vai deter o monstro, Astronauta se intromete e vai no lugar dele, mas é impedido pelo o que-ainda-insiste-em-se-chamar-Poeira-Negra, voltando a vez para o Cebola que com ajuda da Magali e do Cascão ativa a Jóia enquanto a Mônica distraia o Kraker.
O Robôzão é destruído revelando o seu piloto: O Lorde Coelhão (tradicional inimigo da turma em animações como “A princesa e o robô”) numa versão fofinha lembrando o Mokona (Guerreiras Mágicas). No final O Poeira se manda para levar bronca de Yuka e nossos amiguinhos partem para próxima dimensão.

Guiados pelo espírito guerreiro Eurus, Mônica e seus amigos vão parar em TCHALU, demorei um pouquinho para compreender este anagrama, que seria para a palavra LUTA, mas na pronuncia em espanhol “LUTCHA”. Neste lugar eles vão ter que pegar o Disco de Saturno e para isso terão que entrar no Mega Super Ultra torneio de luta. Para isso, são condicionados ao treinamento do Mestre Caolho (ou para que não conhece o Coelho Caolho das histórias do Jotalhão). A essa altura já sacaram do que se trata esse universo, não? Faz justamente referência a um de meus mangas favoritos, Dragon Ball.
Durante o treinamento vem a questão que estava me incomodado desde a edição 1, QUALÉ DESSE NEGÓCIO DOS PAIS SEREM GUERREIROS SAMURAIS SE NEM SÃO JAPONESES?!!?

Bom, senta que lá vem história!
O imperador japonês descobriu que Yuka tava por ai a solta e decidiu ir a Rússia convocando uma reunião secreta com outros imperadores europeus. Cada um dos reis colocou em ação seus melhores guerreiros a disposição do imperador japa, que eram exatamente ancestrais dos pais da turma. Os espíritos guerreiros se tornaram não só guardiões dos artefatos mas também garantiam que o sangue dos guerreiros permanecesse por cada geração caindo nas graças dos pais e em seguida dos filhos o que condiciona Mônica e sua cambada a aprenderem a lutar mais rapidamente.
Sabendo do torneio, a Rainha Yuka prepara o seu Quarteto Fulminante para participar e derrotar a gurizada.
Esta edição ficou pouco abaixo da segunda, notei que a situações foram muito corridas e se me permitem dizer, pouco forçadas. O pouco espaço de tempo para concluir a passagem em Tobor e fora as tarefas exageradas devem ter contribuído para isso. Acho que podiam ter colocado a turma em apenas duas tarefas que já era de bom tamanho, cortando as missões do Cascão e do Cebola, que só serviu para mostrar versões dos Tombanianos e do Dr. Spam.
Tentaram acalentar a situação dos pais da turma na parte final, mostrando a origem disso tudo.

Tá, tudo bem! Já vi muitas histórias bizarras com os antepassados da Mônica e Cebolinha e sei que é comum em termos de Turma da Mônica, no entanto nesta ocasião deixou uma impressão muito estranha. Não podia ser apenas os espíritos guerreiros que os apadrinhassem? Deviam ter envolvido os pais nessa jogada? Hummm... Estranho.



Continua...

Um comentário:

Anderson ANDF disse...

É por isso que prefiro o Menores do Amanhã e não uma salada de referências pretenciosas.